Um pra sempre (in)esperado

 

Ainda era cedo, por volta de 6:30 da manhã. Ele sempre ia à minha casa naquele horário, eu nunca soube o porquê mas, mesmo assim eu gostava de sua companhia. Quando ouvir a campanhia tocar já sabia que era ele, sempre tomávamos café juntos, éramos melhores amigos. Seu nome era Heitor, pedi pra ele entrar enquanto me ajeitava pra depois irmos pro colégio. Ele entrou e me olhou de um jeito que nunca tinha me olhado antes, achei estranho mas não comentei nada, fui pra cozinha preparar algo pra comer, estava morrendo de gome. Então, vieram as xícaras de café e a conversa tomou outro rumo.
- Você tá linda hoje! -Indagou ele, timidamente.
- Como é? -Perguntou ela, assustada.
- É  verdade. Nunca tinha reparado mas, enfim. Vamos para a aula, já estamos atrasad.
- É mesmo, vamos!


Juliana passou a manhã  toda pensando no que Heitor havia falado. Quando o viu novamente ficou confusa, mas não deixou transparecer em seu rosto sardento. Ficaram um bom tempo sem falar coisa alguma, então Heitor lhe fez uma proposta:
- Vamos sair hoje, Jú? -Perguntou ele com medo da resposta.
- Não sei, tenho uma porrada de trabalho pra fazer. Mas você queria ir pra onde?
- Não sei também, sair por ai sem tem pressa pra voltar. -Os dois riram.
- Ah, porque você não vai lá pra casa, e aí se eu terminar os trabalhos cedo, a gente vai?
- Tá certo, irei. -Respondeu ele com um tanto de felicidade.


Quando Juliana chegou em casa, e voou pro banho. E por mais de cinco minutos ouviu o telefone tocar, era a sua amiga Clarice.
- Oi amiga,
- Jú, vamos pra uma festa hoje na casa da minha amiga? Vai ser muito foda, você tem que ir, vamos?
- Não sei, Cla. Tenho vários trabalho pra fazer e o Heitor me chamou pra passear.
- Jú, não acredito que você não vai à festa por causa de trabalhinhos medíocres e o Heitor, aquele menino desengonçado...
- Pois táaa, eu vou. -Respondeu Juliana com um peso na consciência, pois sabia que Heitor iria ficar chateado.
- Oh, vai 7:00 horas pra minha casa, e nos mandamos. Beleza?
- Tá , tá certo.

Juliana chegou na casa de Clarice mais cedo, pois sabia que Heitor iria está na sua casa mais cedo pra ir buscá-la. Se arrumaram e derrepente o celular de Juliana toca, era Heitor.
- O.. Oi Heitor .
- Jú, onde você tá? Estou em frente a sua casa e não tem ninguém. -Falou Heitor com tristeza ao falar.
- Heitor, eu estou aqui na casa da Clarice. Ela me chamou pra ir à uma festa...
- E o nosso trato? -Indagou Heitor.
- E.. Eu não vou poder ir hoje, você me desculpa?
- Tá beleza, não tem problema não. -Respondeu ele, com mágoa nos lábios e desligou.

As duas foram para a festa, Clarice estava muito empolgada mas, Juliana não estava nem um pouco feliz por ter feito isso com seu melhor amigo. Mas não falou nada para sua amiga, mesmo que Clarice não ligasse pra isso, não quis contar. Então, por volta de 12:00 noite, Juliana saiu da festa sem se despedir de sua amiga e vai pra casa chorando. Quando está quase chagando na sua casa, vê Heitor sentado na sua calçada, esperando-a. Juliana vê que é ele e corre ao seu encontro.
- O que você está fazendo aqui? O que houve? -Perguntou ela, com a alegria aflorando em seus olhos.
- Não sei o que estou fazendo aqui. Algo me disse que você viria, e decidir esperá-la aqui em frente.
Juliana ficou surpresa com o que Heitor disse.
- Ai meus Deus, eu... eu fui uma idiota por trocar tua amizade por uma festinha! -Respondeu, com lágrimas nos olhos.
- Eu te amo, Juliana! Será que você nunca percebeu isso? -Replicou Heitor.
Juliana não sabia o que dizer..
- Mas, eu não entendo...
- Não há o que entender, Jú. O amor ultrapassa qualquer entendimento. Amar é amar, e pronto.
As lágrimas de Juliana já tomavam todo o seu rosto e com um sorriso molhado, respondeu:
- Sabe, nunca pensei que essa amizade tomaria esse rumo tão louco, que uma amizade tão forte iria virar um amor tão intenso entre nóis. Mas, felizmente, você me fez abrir os olhos e agora estou percebendo que nunca te vi só como amigo, e sim como o homem da minha vida. Eu te amo!
- Eu te amo, e te quero para sempre!

32ª Edição conto/história - Bloinquês