
Até que um dia de tanto nos vermos, ele falou comigo. Falou um 'olá', singelo, meio sem jeito. E eu devolvi-o com um sorriso, sem jeito.
Começamos a conversar. Me disse quase sua vida inteira. E eu só lhes disse uma parte da minha.
Depois desse dia, todos as vezes que voltava ficávamos conversando. Falávamos de tudo e senti que estava realmente apaixinada por ele. Ele me transmitia paz, me dava conselhos. Eu o amava.
Todos diziam que esse amor não tinha futuro, porque ele era muito esquisito, não muito bonito.
Começamos a namorar escondido. Não podia mais viver sem ele.
Minha mãe nos proíbiu de nos falármos. Sofri muito. E senti que ele me amava e sofria também. E então mamãe resolveu que iríamos mudar de cidade. Parecia que aquelas palavras entraram como um redemoinho no meu corpo, no meu coração, na minha alma. Não poderia estar aconteçendo...
-Como viverei sem o amor da minha vida? Não posso! Não tem como!
-Você irá sobreviver, minha filha. Essa paixonite passará rapidamente quando nos mudármos.
-Mas não quero ir mãe!
-Mas, não tem querer! Vamos embora.
E chagando na rodoviária, lá estava ele me esperando. Com o coração na mão. Parecia que tudo tinha acabado. E realmente, estava tudo acabado. Quando vi-o, corri para os seus braços, para dar o último abraço. E enquanto nos abraçávamos ele sussurrou no meu ouvido: Minha vida se resume no que eu passei com você! Eu te amo muito. Você é minha vida!
E então eu lhes disse exatamente o que ele me falou. Parecia que as palavras saíam como um sopro da minha boca. Não conseguia falar quase nada. Somente aquela frase. E então lhe disse adeus.
As lágrimas escorrigam. E fui embora.
Pauta para - 19° Edição conto/história - Bloinquês
Nota: 9.66
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